Diz-se que o riso parte daquelas coisas das quais guardamos preconceito, estranhamos. Mas o rapaz vivia de cara enfiada na tela de um computador, e lia livros, e conversava com muita gente na rua, e andava bastante por ela, observando-a, olhando as coisas de olhos abertos. Sabia muito, aceitava tudo na mais perfeita paz do espírito tolerante. Com esse movimento todo de pensamento ria, ria muito.
Conhecendo as coisas, enfastiou-se de buscar conhecer, pois a amplidão de sua visão fazia parecer tudo tão igual, monótono. Apesar das formas diferentes que as coisas tomavam, mas a raiz era sempre a mesma. Passou a arrastar-se no espaço. Uma serenidade pôs-se no rosto, felicidade facilmente identificável.
O sorriso rasgado da gargalhada não vinha mais, então parecia aos outros que não era feliz, mas passivo e descaído de vigor, apesar dos problemas resolvidos sem abalo e com energia inesgotável. Aquele sossego na face… Sem alegria vivia a felicidade; isso parecia impossível aos outros.
As acusações constantes da sua suposta apatia lhe perturbaram a mente. Começou a se perguntar se estavam certos os outros. Irromperam junto com as indagações as risadas de antes. Foi-se embora a paz, a serenidade se acabou. Voltaria quando resolvesse o problema, voltaria sempre…