Mataram o suspeito
E o assassino era um imóvel da sala de estar
De estar cego, com fome e sede
De estar em transe profundo...
De estar entediado, fora de si, entrando pelo ralo e saindo num buraco negro
De estar de saco cheio de opniões tão vazias
Que do nada vem e pro nada vão sem sequer dizer "olá"
São palavras caladas, suspeitas...
Mas mataram o suspeito e não avisaram
De quem suspeitarei agora?
Suspeito de uma jogada de marketing
Suspeito de uma vida mal vivida
Suspeito de tantas coisas que chego a ser suspeito...
Mas suspeita-se de esquizofrenia
Assim até fica fácil..
Quando estabeleceram o concreto em seu teto
Endureceram sua gelatinosa massa encefálica...
E assim morreu o suspeito
Agonizou na escadaria
Rumo ao céu..rumo ao inferno
Qualquer lugar serve pra quem não vai mais a lugar nenhum
Esse nó na garganta que não passa
Lembra a morte do sujeito e o surgimento do predicativo
É que quando mataram o perfeito esqueceram de nascer o imperfeito
E lá vai o ditador capitão óbvio
Em seu mar de ilusões com sua canoa furada...
Onde ele vai chegar agora?
Suspeito que à lugar nenhum
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Uma epidemia , afogado pela metonímia
Situaçãozinha suspeita essa.