Quer tomar do fluido rosa,
Banhar-se no mundo em doce frenesi
Como quem corre em corda bamba,
Como pássaro imerso no ar.
Quer o vento a soprar
Mas também quer soprar e gargalhar
Como acorde dissonante e desafinado.
Vai, criança louca!
Grita tua fala ao mudo e ao surdo
Mas não esquece de abraçá-los,
Pois a mesma criança ali reside
Em outros quadros, outras paisagens
Fala e ouve em cada gesto, mas nunca te cala.
Vai com coragem, lindo demente.
A esfera é grande, mas teu passo é a medida
Prova do amargo e do doce
Destrua plantas e flores
O motor é o momento,
Toma as rédeas do teu
E viaja nas portas com fé no teu pé.
Pois nada mais real que o imaginário
E nada imaginário que o real.