Há muito tempo sumiu
do céu da cidade grande
a grande lua bonita,
prateada e elegante,
mas ninguém viu reparou,
e sei que agora é tarde,
pois o menino já sonha,
com outra lua em marte.
A lua vive no homem,
ensandecido mortal,
que ainda sai-de-casa,
sem ter nem bem e nem mal.
E quando volta tá escuro
de luz-negra natural.
O homem louco se veste
com sua lua das ruas.
E mascam velhos chicletes
mendigos, loucos, peruas,
vendendo o corpo na praça,
transando na carne crua,
moléstias feitas de sangue
nessa cidade tão nua.
Necessidade gigante,
da velha de prata lua.
De prata e peitos caídos,
a velha ainda flutua.
Mas jamais é lembrada
por essa gente lesada,
burra incondicional,
Vai ficar tudo preto,
de luz-negra natural.