A vida é tão bela, ou pelo menos é o que me parece. Ontem quando voltava do trabalho às 22:00h , me aparece um 'maluco beleza', aqueles que vem falando de coisas boas e de encantamentos.
Falou de Morte, coisa que não me agradei.
Falou de poesia, esse tema até que me chamou atenção, pois ele me encantou com uma de sua autoria.
Falou e falou de vários assuntos. Sempre com sua cabeça baixa, como quem estivesse com vergonha.
Mas quando falou da VIDA, foi ai que me chamou atenção. Ele tinha todo um jeito de falar, coisa que eu nunca havia visto antes em meus trinta e dois anos de vida ou de existência, coisa que vocês saberão a diferança. Me encantava a cada palavra que ele proferia, como ja havia dito, tinha um jeito especial de falar de Vida. Não apenas falava, mas já em suas palavras havia uma denúncia de sofrimento e de dor.
Ele declarou que vida é diferente de existência. Que existir não quer dizer viver. Mas que viver está contido o existir. Foi ai que o perguntei:
- Por que, meu caro? E ele com toda a sua sapiência me respondeu, despistando minha pergunta:
- Por que não é simples viver, existir sim é muito facil, mas viver... Mas novamente eu o interroguei:
- Amigo, por que existir não é a mesma coisa que viver? Foi ai quando ele parou, olhou para o meu rosto e disse em tom baixo:
- É que você não sabe o que passei em minha vida. E começou a contar uma história daquelas bem sofridas que pareçe que só existe em filmes.
Ele cresceu encarcerado no fundo de sua própria casa, não viu a luz do sol por 20 anos, seu pai havia o sequestrado ainda quando criança e o prendido. Pelo motivo que nem eu, nem ele e nem ninguém tem conhecimento. Foi que um dia sua mãe que nunca esqueceu-se do filho, sentiu sua presença na casa, coisas que só as mães podem explicar, e foi atráz de seu filho. Porém não sabia que o bebê, ou melhor, o homem estava aos fundos de sua casa. Ela com todo o seu estinto materno foi vasculher ao redor da casa, quando viu seu marido entrando num buraco e o seguiu. Quando descobriu que o seu filho havia sempre estado perto dela e ela nem imaginava. O pai fugiu, e a mãe morrera ali mesmo, com toda a emoção. Continuando ele a viver só. Perguntei com voz melancólica:
- Mas você não quer alguma ajuda?, e ele respondeu:
- Não moça bela, apenas queria te passar alegria. Pois ví que você estava com aparência cansada e que precisava se alegrar com a vida. Olha isso, ele com toda essa história tentando me animar, por conta de um dia de trabalho e cansaço. E eu mais uma vez o perguntei por que existir não é viver. Desta vez ele me respondeu:
- Você axa que durante esses vinte anos que passei trancado por meu proóprio pai eu vivi? E apenas estava existindo. Passei a viver quando pude conhecer o mundo como ele era, e quando passei a conVIVER com as pessoas e seus problemas, sou formado em psicologia e trabalho com pessoas que apresentam alguns problemas. Eu nessa hora fiquei com uma cara de 'estou bege'.
Foi ai que percebi a sutil diferença em VIVER e EXISTIR.