O Estrangeiro

...
Estrela CD339, como está você hoje? Céu limpo, visibilidade ótima, tome nota. posição verificada, OK.

Planeta Denúrio entra em alinhamento daqui a aproximadamente 32 horas...
de que isso importa? aushauhsauhsaushaushaushaushaushau...

Estrela MT354, ora que surpresa, junto a MT002, CF766, CT756, a linha de holders, e a CG956, é como se estivesses no centro de um coração.

Constelação híbrida 'Coração': MT354-MT002-CF766-CT756-YH888-UJ147-KT212-NT701-CG956-MT354. Tome nota!

Coração...

ED334, hoje poderei ver-te de novo, teu brilho me eleva...

ED334... ...?

Mãe, há algo de errado no universo, hoje tive certeza... a ED334 sumiu e é terceira vez que observo um corpo luminoso mover-se lentamente não muito distante daqui, talvez nada distante...

Não se preucupe, as coisas ainda são as mesmas desde que seu pai se foi. O barro de nossas paredes é que pode não aguentar a próxima chuva, sem seu pai estamos acabados.

Mãe, estamos no período de seca, e há algo de diferente na temperatura também, nossos termômetros marcam altas gradativas nos últimos anos, não vai chover, não vai chover.

Não vai chover, mas podemos dançar... Dança comigo?

Não, estou com sono... Boa Noite... =/

Pouco a pouco a mamãe piora, é assim desde que papai se foi, tome nota.

É a última página do diário, do último diário, amanhã terei que ir a vila... Não posso deixar mamãe sozinha, não nesse estado.
Mas é a última página do diário. nestes papeis resta o trabalho de toda a vida de papai, não posso abandonar a pesquisa, o mundo precisa de mim.

Barro, leite, farinha, papéis e estrelas. Tudo tão infinito, ou não... a chuva leva meu barro, a fome leva-me o leite e a farinha, o lápis leva-me o papel... e... é... ....
é...
hm...
NÃO! EU NÃO QUERO FICAR SÓ! Mãe... :'(

Pai, Pai-Celestial, tu que fizeste meu mundo e minha vida entre quatro paredes de areia dura, tu que me puseste aqui com barro, leite, farinha, papéis e estrelas... me mostrastes onde conseguir barro, me mostrates onde conseguir leite. me mostrastes onde conseguir farinha, e papéis, DIGA-ME, por toda a via-láctea, onde posso achar estrelas? onde tu estás pai? para aonde a mãe vai?

:'(

~

aarrr

grande, cheio, largo, larg

profundo

incompreensível

Devo ir agora, antes que ela acorde...
rápido, silencioso...
Eu voltarei!

E lá vou eu sozinho, no meio desse nada.
Sair de casa sempre me deixa nervoso...
Será que conseguirei sobreviver ao mundo?

...


AAAAAAAAAAAAAAAAA! RaiMunDOO!! Volta Fillho!...

Corre, Corre, Corre, Corre, Corre, Corre, Corre, Corre, Corre, Corre, Argh!, Corre, Corre, Corre, Corre, Argh, Corre, Corre, Argh, Corre, Argh, Corre Corre Corre Corre Corre Cor,

Puta que Pariu! Onde estou?!?
Corri tanto que me perdi, devo ter ficado louco também.
hmmm
nada a esquerda,
nada a direita,
huashausaus, nada? que nada...
há pedras, cactos secos, e árvores secas...
de longe é tudo tão familiar... eu deveria sair mais de casa pra não me perder poucos metros dela.. sou um idiota!

...

¬¬
Ficar parado não adianta,
Não sei voltar
Estou com sede...
Devo andar, andar, andar...

...

papai uma vez me disse que não importa o caminho que eu tome,
nem a direção,
chegarei a uma cidade, ou vila,

Que farei lá? Sei que tem menos água e comida que minha casa...
Eu não tenho o que fazer lá! Não conheço ninguém, ninguém me conhece...
Vivia eu rodeado por tamanho inferno e não sentia?
Talvez a cidade não seja tão má...
Talvez esteja, sem saber,
voltando pra casa...

não quero voltar! não voltarei!

Oh! Que Sorte! Uma Trilha!
ahushaushaushaushaushaushausha
não fará diferença, se não sei para onde vou...
haushausahsuahsuahsuahsaushaushaushausha
aushaushaushaushaushaushaushaushaush
aushaushaushaushaushaushausausha
ausahusahsuhausahsuahsuahu
aushaushaushasuhaushas
hsuahsuahsuashaush
aushasuahsuahs
ashuahsau
auah
au
Argh!
ai
:-o

Toma um pouco d'água amigo, qual teu nome?

, muito obrigado, sou o Raimundo!
Estava morrendo de sede, serei eternamente grato

Não deverias aceitar água de um estranho numa encruzilhada Raimundo...

[nonsense]
Posso te seguir?

Não estou com suas pernas! ¬¬

Se é um estranho não sabe onde fica minha casa, devo segui-lo...

Eu Mato! Ah EU MATO!
Eu Mato aquela vagabunda!
Vadia, Louca!
Puta sem-vergonha!
eu mato!
me fez andar isso tudo, com fome, com sede
para mata-la!
Matarei sem dó! O Demônio é meu senhor
Jesus me perdoe
Preciso mata-la!
Vou matar ela, vou sim
vou chegar lá e matar ela
ha ha, vai ser tão facil
ela merece morrer, ela vai pro inferno
uahauhauhauahauhauhauah
vou matar ela e vamo tudo pro inferno
preu matar ela de novo
hauahauhauhauhauha

Depois de uma noite de caminhada...

Uma casa no meio do sertão, de barro, o assassino sua

Raimundo fica parado aqui olhando

Uma mulher bonita aparece na porta

A primeira paulada na cabeça: Atordoa, sangra...
A segunda estala nas costas: Ela apanha uma faca no chão!
A terceira termina: Ela cai se debatendo
Ele cai em cima dela batendo
e transando

[nonsense]

O.O

Sangue, Cheiro forte de sangue e suor... náusea

Arrasta o seu corpo, cava-se um buraco, demora muito, nessas horas nem o vento ousa interromper...

.........................................................................

Já é noite de novo, o que o senhor vai fazer, agora que fez justiça?

Voltarei para casa, olhe, você não fale disso pra ninguém! e não me siga a partir daqui, senão...
(aponta a faca)

Ela não era uma mulher má?

Era sim, nunca mais será, agora siga seu caminho!

Você é um herói! deverá contar seus feitos pelo mundo!

Cê quer morrer é moleque? Raimundim quer virar presunto?

desculpe, desculpe, não, não me mate! Eu não sou mal, eu não sou mal...

Diabo! Então cai fora! Porra! E trate de esquecer o que viu! Que agora voltarei para casa, viver como vivia antes... e não me siga!

..
E então o assassino sai de cena, e some no horizonte, fica parado aqui eu...
sozinho...
Parado
Não há coragem para ver mais alguém... pelo menos até esquecer...

A beleza do crime perfeito é que ele nunca aconteceu!
Não há razão para realizá-lo.

Havia um velho deitado ao sol...
uma voz rouca e fraca, entrava pelo ouvido e apertava o coração:

ei garoto? por que estás tão triste?

Ele estava muito debilitado, talvez um morto que falasse...

não sei... não sei por que estou triste...

Você também deve estar morrendo...

Também... todos estamos morrendo...

Você também deve estar nascendo...
eu também estou nascendo...

Pequeno Príncipe

Correr e pegar na sua mão, nada mais...

é a dor que dá a mão para ser suportada... sofres mais que eu...

quando não se usa relógio não se sabe quanto tempo passa... tão óbvio mas tão interessante... as vezes esquecemos, que sem relógios somos um pouco mais eternos...

O vento vem forte e lança terra em seus olhos.

Desculpe por não poder fazer nada por ti...

Não se preocupe, eu e você, iremos para um céu mais azul, mais azul que o céu...

Suas mãos se apertaram e o velho se foi... talvez de fome, talvez doença...
talvez nenhum dos dois, Raimundo sentia que o mundo inteiro queria que ele morresse...
o mundo inteiro ansiava e deseja profundamente sua morte.
Talvez por que o mundo precise que alguém morra pra se sentir vivo.
sua mente ficou tão vazia como a de um defunto.

...

Seguir viagem

...

Raimundo entendeu que enquanto caminhar, enquanto viajar, enquanto avançar, enquanto morrer, nascerá, e o céu será sempre mais azul...

Contudo, quando tentou ir embora, em seu rigor mortis, o velho, pobre e desconhecido, não o largou.

Lá vem um trem

Quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa,
quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa, quanta pressa...

Fazer do Trilho a Trilha?

Não...

A Lua fez raiar um novo dia! Hã?!
Um lugar para descansar, comida e água à vontade...
Uma árvore gigante fazia uma sombra para o mundo inteiro, e o sol nascia pra cada um.
A Lua grande e redonda iluminava tudo, sem o calor que transforma o cansaço em câncer.
O Vento balançava carinhosamente a folhagem da grande árvore, como um pai em uma carícia fértil... Ao pé da Árvore Mãe todos deitavam abraçados por raízes que amaciavam e aqueciam, como o boa-noite materno que beija e levanta o cobertor sobre o filho.
Ninguém dormia, sonambulavam todos, gozando de um sonho real, não preocupava o amanhã, menos ainda o ontem. Êxtase, misturavam-se corpos e raízes, misturavam-se leite e mel, misturavam-se todas as mentes num único suspiro, profundo, inalcançável...
O Vento nas folhas balançava sombras e estrelas, ao seu som costas arrupiavam-se e todos ainda se sentiam sozinhos, alívio. - Estava se tornando um pesadelo -. Solitários ainda se abraçavam, e amavam, afinal, que mais tinham a fazer?
Mas, havia algo mais, no ar, um cheiro de brinquedo novo,
[…]
Vamos brincar?

A Brincar, a Brincar,
Brincaremos, Brincaremos sem parar...

Depois de acordar seguir em frente

Vila dos Sonhos - mas quem dizia era uma placa

essa vila tem algo que não consigo dizer, algo que se esconde nos rostos das pessoas...
parecem todos cegos, olham muito pra cima, olham muito pra baixo, olham muito pra frente, olham muito pra trás,
olham demais,
tinha até pensado que não tinham me visto entrar

Com o que você sonhou?
como o coração acelerou, nunca ouvira voz tão doce antes...

com co com co co como assim?

Esta é a vila dos sonhos, onde habitam os sonhadores...
ela era realmente bonita

Então eu quero acordar!

...

ela era realmente bonita, esta vila tem muitas coisas impossíveis de explicar...

...

então contei meu sonho

...

*-*
por favor,
me leva a esse lugar tão bonito...

Se eu pudesse
Se eu pudesse
Se eu quisesse,
e não queria? não sei

E como num passe de mágica havia mais de vinte pessoas, sentadas ao meu redor, ouvindo meu sonho, com os olhos brilhando, com o coração na boca, pedindo que eu as guiasse até a árvore da felicidade.

Se eu pudesse...

Se eu pudesse resistir a tantos olhos tão sós, se eu pudesse resistir a tão belas pessoas...

Por que você não quer nos levar?

medo
por que vocês não vão por conta própria?
mil olhos se esconderam, uma voz chorosa lamenta que os habitantes da vila não conseguiam acordar

mil olhos me procuram, meus olhos se escondem. É muita responsabilidade, é a mácula do estrangeiro.

Acho que ele também não acordará mais...
e aos poucos se dissiparam

qual o seu nome?

Raimundo

ela esperou por algo... ela era tão bonita esperando...

Seja Bem-Vindo Raimundo! Espero que não queira morar aqui, por isso você pode passar o tempo que quiser na minha casa...

Não sei... é que... eu...udfhasdgsvdshcbdfbdjfbsjsknsodjaoçhfpaihfuifrty2pqwtg2hruj4gbn6dsjk3v45ns5çaig2hapoooooohçgkhbnsçdfvnaweoçgihsçdvnoçwetuoq48375tyuiqw2hbnftçwen2balfkjfgblakjefbuealkjnerowpjkngklpmviopa´nkiop´ngnkjpoijanuiobnvjkpaouirnestrelas?sóquemamapodeentendelaskjshdfzvboseuirtahdjkfbaksdhfbvzldcjkvb aaaa... tudo bem!





Por que a mão dela era tão macia?

A Casa dela era tão bela quanto. A Casa dela cheirava bem em todo canto.
Um encanto!
E eu quis tanto morar lá...
Até que lembrei de minha mãe, uma memória que não podia suportar...
Ela estava sozinha e Louca no meio do nada.
Como pude deixar minha mãe desolada?

Na praça, algumas pessoas passavam...

Olhe o velho cristian, carrega sempre a cruz pesada, sonha com o lugar em que ela será cravada.

Olha, veja o Bartolomeu, foge das pessoas, sonha não encontrar ninguém na estrada.

Olha, veja o seu Onório, não sei se esperto ou idiota, capitalista, sonha em ganhar uma bolada.

Olha, veja a Ernestina, presidenta num sei de onde, sempre sonhou em nunca estar errada.

Olha, veja o Estevão, e sua família, sonha em ter sua filha casada.

Olha, veja a Marieta, filha do estevão, sonha em ser feliz com sua namorada.


São todos tão bonitos nesta vila!


Você esta enganada, é bom sonhar, mas nunca realizar é uma piada...

Olha, eu vejo você, sonho apenas em ser amada...

Minha mãe, não sonha com nada

...

Nós nunca sabemos por que acordamos.

Um susto, quando acaba o pesadelo dá medo de voltar a dormir!
Ora... de que vale viver sonhando?
Ora... de que vale a vida sem sonhos?
Hmmm... de que vale o valer?

É tão triste estar sozinho, nem mesmo Deus suporta a própria solidão, e a nossa existência agradece a esta agonia.

A entrada desta vila não tinha placa.

Havia poucas casas, menos ainda habitadas. Havia poucos indivíduos, menos ainda vivos.
Havia um grande banquete, com todo tipo de tempero, de todas as cores e sabores, mas quem comia era a fome, devorava a todos com voracidade.
Muito muito muito estranho, mais estranho do que ele neste ambiente. Havia comida jogada pelo chão, e um mendigo implorava comida aos que passavam.
Raimundo apanha uma maçã do chão, e entrega ao mendigo:

Mu, mumumu, mu, mumumu... muito obrigado!

És cego?

Enxergo bem sim senhor!

Por que não pega tanta comida espalhada pelo chão?

Por que o chão não é meu, patrão...

Ora não... Pega lá aquele pão! Quero ver o que te farão...

E ele pega o pão, mas antes de aproximá-lo da boca vem um cidadão:

Largue isto, senão... e mirava-o com uma espingarda.

Ei policial, sentes fome?

Vai embora antes que te abra um buraco no buxo com isso aqui!

E Raimundo correu mais uma vez, e se escondeu numa esquina...

Ei você! Me dá tudo o que tens e vá seguir a cristo!

[Medo]Ah! Tu-tudo que tenho? Tá tudo no chão!

O outro tinha uma arma na mão, apontava e assaltava, mas se desconcentra com a afirmação.

És o dono desse mundão?

Talvez... na verdade eu nem sabia que ele tinha dono...

Venha por aqui!

E sai catando a comida que se espalhava pela rua

Não tens medo da polícia?

Não, Eu sou ladrão!

Tão novim... diga lá como foi que você conseguiu roubar isso tudo!

Não sei, acho que já nasci assim...

Entendo, eu também já nasci ladrão...

Como? Se você nasceu primeiro?

Nem pergunte... e nem fique achando que gosto de ser ladrão...
amo roubar, furtar, assaltar, mato de vez em quando, há há há como é bom tomar, sequestrar o que não é meu, ter e poder, comer, foder, adoro, amo roubar, há há há há há...
Como pode amiguinho? Como pode um cabra gostar de roubar e não gostar de ser ladrão?

Chegam a uma casa, antiga, entregue aos ratos, aquele tipo clássico de casa mal assombrada, que muitos ladrões clássicos usam como covil. Já dentro ele despeja os bens sobre uma mesa que desaba levantando poeira, mas não levantou mínima partícula de atenção do homem.

Zé Peleu! Econtrei ELE!

Quem? Aparece o Zé Peleu descendo uma escada acabada, descia delicadamente para não pisar em falso, a cabeça erguida pra baixo, olhos bem abertos, inundados de curiosidade. Gatuno literal.

O DONO DO CHÃO!

Mas eu não tenho certeza...

Mas já é uma coisa!

O Zé termina de descer as escadas, fedia, fedia muito. Fedia a revolver, sexo e alcool, e fezes. Mede Raimundo dos pés à cabeça.

Me desculpe, eu não tenho culpa, nasci assim, mas eu sempre dividi o que estava no chão com quem precisava... não sei o que o policial tem a ver...

O medo tomou conta, e Raimundo saiu correndo, correndo e correndo... olhava pro chão, pra areia, e corria mais, via as pedras se moverem mais rapido debaixo dos pés, via o mundo passar debaixo de si enquanto corria, e corria mais para que o mundo passasse mais rápido, faltaram-lhe asas para voar. O mundo passava, mas continuava mundo.

Por que corres Raimundo?