Não sei se você
já ouviu falar
daquela coruja.
Uma estória antiga:
A coruja Eldará,
que sabia correr,
não sabia voar.
Que sabia de tudo,
dos mundo dos fundos,
sem saber voar.
Tinha olhos grandes
a coruja Eldará,
mas asas pequenas,
para não voar.
Na noite era escura,
No dia era ternura,
Sempre era a coruja:
Que sabia dizer.
Que sabia pensar.
Que sabia viver.
Não sabia voar.
A palavra sábia,
da Escandinávia.
Amiga dos reis,
por aconselhar.
Ela era tão rica,
que enfim esquecia,
não sabia voar.
Disseram-me um dia,
que era covardia.
Eldará só vivia
com medo de tudo
de que não sabia.
Nasceu, em seu ninho,
Morreu, em seu ninho,
sem nunca voar,
não era tão sábia
a coruja Eldará.