De súbitas quedas verticais,
homens mortos e mortais,
de uma vez,
de surpresa,
para nunca mais.
De um mergulho anormal (que afoga)
que acontece como um susto,
de quando menos se espera,
para nunca mais.
De ontem, de hoje, de tudo, obrigado,
de nada, não há de que,
para nunca mais.
De um grito feminino,
de um estalido,
um latido, um gemido,
sem eco,
sem reflexo,
sem nada mais.
À 1999
km/h
2011
morte na estrada.
Vem e vai,
mais rápido que a a rapidez rápida do pensamento,
mais veloz que a velocidade máxima de um momento,
tão ligeiro que nome não tem,
tão ligeiro que imperceptível também,
tão ligeiro que já acabou...
Como um vento,
invisível.
Como a morte,
imprevisível.
Como uma paixão,
inevitável.
Como a fome
come
arroz e feijão
De dentro,
para nunca mais.