A terra de minha infância era a terra do m;
Do mato, dos mosquitos, da malária, da miséria e da morte.
Mesmo assim lembro dos meus sorrisos,
Daquela alegria besta que fazia esquecer a fome,
Aquilo sim me salvava da dor,
Isso enquanto eu metia os pés na lama dos manguezais
De onde saíam aqueles caranguejos que nós comíamos no morro,
Entre o ricochete das balas dos fuzis,
Ou então, naquele sertão brabo da palma e do mandacaru.
Eita, terra fria!
Os alemães me olham com seus bigodes amarelos cobrindo a boca,
E nada me enche a boca e o estômago,
Nem de dia nem nas noites úmidas deste pantanal.
Fico pensando...
Escapa-me da boca:
Inda vou pra São Paulo!