Era um dia... uns anos atrás
Sinal fechado , num lugar comum, em uma hora qualquer
Qualquer um sabe o que vai acontecer...
-Favor seu moço, me dá um pão
Era uma criança indefesa.
-Não!
Favor seu moço, Olha pra cá...
-Não!
-Favor, seu moço,me ajuda...
-Não!
Seu moço,me escuta...
-Não! Não!
-Vai embora , moleque! Me deixa em paz! Larga de ser preguiçoso eu não sou o teu pai!
Era um dia, há uns anos atrás.
Com toda certeza nem lembra mais.
Engenheiro renomado, homem de responsabilidades.
Estava ocupado em suas grandes mesas... de bilhar ou escritório (tanto faz)
Construindo um lar,construindo um filho, construindo um muro!
Afinal, assim falou Zaratustra
Do outro lado da podre cidade, construía sua mais viva obra...
Hoje,
Uns assaltos diários, revenda de drogas....
O de praxe...
Já era homem e tinha aprendido
Não te olham , não te alimentam, não te ajudam, não te escutam.....
Até procuraria um pai, se tivesse um...
Não que gostasse , mas era bandido
E bandida era a vida,desde pequeno,nas ruas....nos sinais de trânsito.
Era chegada a hora.
Estava vindo um carro...
O grande engenheiro aproximava-se do sinal.
Sinal fechado, um dia desses.
-Abre a porta, mané!
Portava uma arma na mão
Era um bandido armado
-Nã..não... por favor....não.
-Passa a grana velhote, rápido! nem um pio!
-Nã..não posso....
Ele nunca daria dinheiro a vagabundo nenhum...eram seus principios éticos.
-Que papo é esse, mano?! Eu atiro, porra!!Dá essa grana!
Alguma confusão....
Barulho de motor de carro....
Quatro tiros certeiros na cabeça ...
Um mar de sangue encerrava a cena
Aquele vermelho do sinal ..o vermelho do não... vermelho nos olhos dos homens...
O vermelho era seu sangue.. sangue criminoso, meu sangue, nosso sangue
Derramado a cada dia em gotas e gritos, copos e corpos.
...
Construção terminada, foi o toque final.
Sangue fugindo das veias,
Homem do policial.
Final sangrento ....e a rua...
Vermelha como o sinal...