Mais uma vez, por quem os sinos dobram?

Me lembro das nossas poesias
Dos nossos sonhos compartilhados
Me lembro das nossas melodias
Medos, desilusões e de nosso trabalho lado-a-lado.

Amigo não sei por onde você esteve.

Na nossa última conversa,
Tímida por nosso temor de ser a última,
Teus últimos versos confusamente,
Maldisseram nosso passado.

Amigo, mal posso te contar por onde estive.

Mas foi antigamente,
numa dessas estrofes de calçada que juntos desbravamos,
O mistério em que hoje mergulhamos:
O cabuloso segredo,
Da mente que mente, sempre como convém.

Faz toda pergunta soar
Metafórico-retoricamente.
Mas mesmo assim vou te perguntar:

Sei que a minha mente mente,
Mas a tua mente também,
O que te fez nossa amizade,
Tornar-se inconveniente?

Amigo não sei por onde você esteve.
Só sei que hoje pensas diferente,
E que talvez a retórica ecoe
Eternamente.